Preciso falar, para poder ter um pouco de paz.
É uma necessidade forte que surge e obriga-me a vir aqui, falar de algo há muito contido dentro do meu peito.
Não ria, por favor, deixe-me falar hoje senão, não vou conseguir nunca mais.
Perdoe... mas preciso quero mesmo fazer isso, finalmente me expor.
Não sei nem como estou conseguindo.
Está vendo que me enrolo e não falo do que eu quero e preciso falar, desta maldita e insuportável timidez. Que me atrapalha me trava e me cala. Que impede de dizer coisas, as coisas que quero dizer a você que não consigo quando tenho oportunidade.
Aí, surge aquele riso nervoso, desvio os olhos falo do tempo, conto estórias, todas as estórias... mas, não falo o que sei que espera ouvir e que nunca sai da minha boca.
Juro que eu tento, mas, me atrapalho, fico rubra transpiro nas mãos, olho pro chão querendo que o mundo se abra e me engula viva só pra não ter que falar nada.
Eu sinto e vejo que você se diverte em me ver nesta constrangedora situação.
Fica aí, parado, esperando, fazendo da sua espera a minha tortura de não saber como, de que maneira chegar.
E você aí, querendo ser tocado e eu aqui, sem tocar.
Preciso falar desta detestável maneira minha de ser que se reserva tanto que cala tanto, a tal ponto absurdo que constrange, me constrange, te constrange, que às vezes fala com o olhar, um canto de olho que se esconde para te ver de longe que aviva a minha imaginação, sonha em fazer o que não faz, fala o que não revela, debocha do que admira, desdenha do que não quer, confunde, me confunde te confunde.
Aí eu digo que sou assim mesmo, que gosto de solidão porque sou sensível, sou discreta, que gosto de privacidade, que sou um ser solitário, que sou intocável.
Quando isto é uma mentira e quero mais é que um terremoto me abale e me tire deste estado.
Preciso ser libertada de mim mesma, quebrar couraças desta imensa reserva que me impede de dar, de doar o meu imenso amor, suprir esta carência de ser carente de amor.
Se recebo amor, não chega em mim, se quero dar amor, não sai do peito nem em forma de dor.
Aí, você vem e me chama de indiferente, arrogante, orgulhosa, egocêntrica.
Aí, eu quero morrer e nem isso eu posso fazer.
Ás vezes, fico pensando se isso tudo não é para esconder uma grande covardia e incompetência de minha parte com a minha própria vida.
Ai céus!
O meu problema é que eu sou o meu maior problema!
Como resolvo isso?
Não sei!
Atrapalho-me toda e, hoje, exatamente hoje, depois de tanto me esconder, exponho-me assim, meio de qualquer jeito diante de você, meio me sentindo ridícula, aliás, totalmente ridícula.
Creio mesmo que devia me fantasiar de palhaça, pela palhaçada que me obrigo a fazer.
Agora não tem jeito, já foi, fiz, tá feito.
Talvez devido a algum trânsito no meu céu astrológico que amanhã vai me levar ao arrependimento.
Timidez desmedida, medida, tida, contida, explodida, ilógica que não aguento mais conter, que tem de sair de mim para você e gritar que quero, preciso te amar.
Que te amo, não vivo sem você e é para você, por você que dou este vexame público.
Desculpe o mau jeito, deste jeito meu de declarar o meu amor.
Ana Vitória Vieira Monteiro
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
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