quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

SONETO DA FELICIDADE

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
Em em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu posso lhe dizer do amor ( que tive )
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja eterno enquanto dure


VINÍCIUS DE MORAES

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